terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Top Discos Portugueses 2012 - Bodyspace

9º - Diabo na Cruz - Roque Popular
O Diabo Virou! a página durante a criação deste Roque Popular. Ainda há ecos de fachadismo ao longo das dez faixas, é certo, mas a toada tornou-se mais intensa e trepidante. Para o comprovar, temos logo uma “Bomba Canção” na abertura e outros temas, como “Baile na Eira”, que fazem da energia uma arma de arremesso implacável. Mas o que torna este disco fascinante é o facto de formar um todo ultra-coeso por via de canções com força (as referidas atrás), lirismo (“Luzia”, “Fronteira” ou “Memorial dos Impotentes” servem de contra-peso perfeito) e apelo dançante – como é que “Chegaram os Santos” ainda não se tornou o hino oficial das festas populares?! E o cimento que conduz a este sentido de unidade estética vem de uma alquimia rara: às letras e instrumentais certeiros junta-se o cruzamento de linguagens tradicionais e contemporâneas, rurais e urbanas, sejam elas musicais ou orais. Siga a rusga, meus senhores!
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3º - Pega Monstro - Pega Monstro
As Pega Monstro já são muito mais do que mero tópico lol-fi e comprovam-no com este disco homónimo. Têm a atitude punk certa ("eu sou merda mas gostas de mim") e com pouco (voz, guitarra, bateria) atiram ao tapete bandas com mais elementos e instrumentos do que boas ideias. E que, por isso, não fazem grandes malhas como estas. Doze faixas, quase como se este número pré-adolescente fosse uma metáfora para o que afirmam em “Carocho” (do ”não quero ir à escola” ao ”hoje em dia tudo faz tão mal / não comas peixe nem carne nem vegetal”), “Dom Docas” – é escusado repetir um dos refrões de 2012 – ou “Afta”. Mas as manas Reis já não têm dentinhos de leite. Desde que as vi tocar pela primeira vez, a abrirem para Glockenwise no Music Box, deram um salto tão grande que não sei onde vão parar. Músicas como “Akon” ou “Suggah” relembram-nos do que são capazes bandas que fazem dos três acordes uma espécie de Pai, Filho e Espírito Santo da música. O nosso Aleluia não chega para lhes agradecermos isso. 
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Link para o artigo integral, publicado no Bodyspace.

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