quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Reedição da obra de José Afonso, no 25º aniversário da sua morte

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25 anos, ou seja, um quarto de século. É bastante tempo quando está em causa o desaparecimento de um dos maiores vultos da música portuguesa. José Afonso, também conhecido por Zeca Afonso, faleceu em 23 de Fevereiro de 1987, e este ano a Orfeu vai reeditar parte da sua obra, o que constituirá uma óptima oportunidade para (re)descobrir um legado ímpar de modernidade e que vai muito para lá das canções de intervenção, como “Grândola Vila Morena” (uma das senhas para o 25 de Abril) ou “Os Vampiros”, que arrepia de tão actual.
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A Orfeu (que havia editado originalmente onze dos seus discos entre 1968 e 1981) prevê lançar durante 2012 os seguintes títulos: Cantares de Andarilho, Contos Velhos Rumos Novos, Traz Outro Amigo Também, Cantigas do Maio, Eu Vou Ser Como a Toupeira, Venham Mais Cinco, Coro dos Tribunais, Com as Minhas Tamanquinhas, Enquanto Há Força, Fura Fura e Fados de Coimbra e Outras Canções. Além destes discos, a Orfeu vai disponibilizar ainda um conjunto de EPs de fados de Coimbra originalmente gravados para a editora Alvorada e intitulados De Capa e Batina.

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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Delírio Em Las Vedras: Um Dossiê Fotográfico No Carnaval De Torres Vedras

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Esqueçam Veneza e até o Rio de janeiro. O melhor Carnaval do mundo é em Portugal, mais precisamente em Las Vedras. Este Carnaval pode não ter o charme misterioso das máscaras de Veneza, nem o calor e as mulatas brasileiras, mas tem cabeçudos e matrafonas. E pessoal a fazer figuras como as que podem ver a seguir.
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A melhor escola Vidal Bizarro em acção em Las Vedras.
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Link para o artigo integral, publicado originalmente na Vice.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O FMM dá baile ao FMI

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Mantenham as iniciais FM, mas experimentem trocar o malfadado I (de internacional) pelo sempre bem-vindo M, de Mundo. Num estalar de dedos mandarão embora um terço da troika para dizer "olá!" a um dos melhores festivais que, ano após ano, preenchem a agenda estival: o Festival Músicas do Mundo, claro. Que este ano decorre nos dois últimos fins-de-semana de Julho (19, 20 e 21; 26, 27 e 28) e já anunciou os primeiros nomes dum cartaz que volta a prometer muitas razões para rumar a Sines, nobre terra onde nasceu Vasco da Gama e cujo castelo já assistiu a alguns concertos lendários. E o trio de nomes anunciado por agora faz jus à tradição de excelência de representantes da world music, indo de Oumou Sangaré (cantora maliana que já tinha estado presente na edição do FMM de 2007) ao norte-americano Béla Fleck (multi-premiado tocador de banjo), passando por Hugh Masekela. Este nome histórico da música sul-africana, que cruza os mundos do jazz, do afrobeat e do funk, toca no dia 28 de Julho, enquanto os dois primeiros nomes se apresentam em conjunto no dia 21, levando para o palco uma parceria que levou o banjo de volta às suas origens africanas e conquistou o Grammy para melhor álbum contemporâneo de “world music” em 2011.
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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

10 discos ao vivo que pagaríamos para ter lá estado

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Johnny Cash - At Folsom Prison
1968 / Columbia

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Eis o enquadramento perfeito para um concerto de Cash, um espaço em que a sua música ganha uma ressonância épica. Se ele interpretava como ninguém canções de erros e redenção, esta plateia identifica-se totalmente com as suas histórias de crime e castigo. E o próprio Johnny Cash, que teve um belo quinhão de problemas com a Justiça, age como se fosse um dos residentes. Basta ouvir At Folsom Prison para perceber como os condenados reagem a cada um dos temas, indo ao rubro em vários momentos (“Folsom Prison Blues”, “25 Minutes To Go”, “Cocaine Blues”, “Dark As A Dungeon” e “I Got Stripes” são bons exemplos) ou soltando gargalhadas nas piadas que The Man In Black lança ocasionalmente. Cash haveria de repetir a experiência em San Quentin - um ano depois, noutra actuação arrebatadora - e numa prisão sueca, mas este álbum terá ajudado como nenhum outro a construir o mito em seu redor. Para os presidiários, tê-lo a cantar ali, só para eles, deve ter representado um invulgar momento de libertação. Eu teria pago para estar entre os muros daquela prisão de alta segurança, sim, mas apenas durante os minutos que dura o concerto.
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Link para o artigo colectivo integral, publicado originalmente no Bodyspace.

(The) Mars Volta a atacar

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Não há fome que não dê em fartura, costuma dizer-se. Assim, após ter sido anunciada a reunião de At The Drive-In (saliva) para este ano, eis que o vocalista Cedric Bixler-Zavala anunciou no seu canal do youtube que o novo trabalho de Mars Volta (a banda que partilha com o também cúmplice em ATDI Omar Rodriguez-Lopez) estava quase pronto a servir. E, entretanto, já se pode ouvir “The Malkin Jewel”, o primeiro single de Noctourniquet - é este o nome do disco que deverá ser editado no dia 27 de Março e que, pela amostra, não coloca fim à mamadice. Nós agradecemos.

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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Sumol Summer Fest anuncia os primeiros nomes

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Com o gelo que se faz sentir por estes dias, falar de Verão é quase como anunciar a retoma económica: parece uma utopia. Mas é bom ter uma luz ao fundo do túnel, nem que seja para aquecer um pouco o espírito. E um dos festivais que rima com praia e calor é o Sumol Summer Fest, que acontece mais uma vez na Ericeira (entretanto consagrada como Reserva Mundial de Surf) nos dias 29 e 30 de Junho e já tem três nomes confirmados: o costa-marfinense Alpha Blondy traz roots reggae e Gui Boratto techno minimal no dia 29; na noite seguinte será a vez do brasileiro Gabriel o Pensador voltar a Portugal, com a sua mistura de crítica social e boa disposição. Por enquanto, resta acrescentar que a organização do SSF (cujas duas últimas edições esgotaram) promete uma versão melhorada e ampliada do evento, contando nomeadamente com a integração do espaço Quiksilver Boardriders Ericeira no festival, com programação própria, a divulgar entretanto.
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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Misfits espalham terror em Corroios

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O rasto de influência deixado pela banda fundada por Glenn Danzig é enorme. E embora da formação original reste apenas Jerry Only (entretanto promovido a frontman encarregue do baixo e da voz), muitos não deixarão de estar presentes no Cine-Teatro de Corroios para entoar hinos como “Die, Die, My Darling”, “Halloween” ou “We Are 138”. O concerto é já no próximo domingo, dia 12, às 21 horas, e conta ainda com as presenças de Juicehead e Beretta Suicide. Os bilhetes custam 23 € em venda antecipada e 25 € no próprio dia.

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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Entrevista: Osso Vaidoso

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Osso duo de roer
São estes os ilustres convidados do BODYSPACE AU LAIT de Fevereiro – podendo, já sabem, é marcar na agenda: domingo, dia 12, pelas 19 horas, no Café Au Lait do Porto, com entrada livre. E são, importa realçar, um duo formado por Ana Deus (ex-Ban) e Alexandre Soares (ex-GNR), que nos anos 90 já nos tinham dado os Três Tristes Tigres. Mas nas linhas que se seguem fala-se pouco do passado e muito mais do presente. Um tempo para nos oferecerem o disco de estreia, Animal, feito de canções simples e directas, sem grandes maquilhagens ou rodeios, em que as palavras (ditas ou cantadas, sob forma de sussurro ou grito) assumem o protagonismo na companhia da guitarra, umas vezes agreste, outras celeste. E foi sobre a nova aventura que Ana Deus nos falou, com vontade de experimentar e sem pudores. Este Osso é assim, Vaidoso da sua aversão a rótulos e crítico da nossa alergia ao mundo. 
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Link para a entrevista integral, publicada originalmente no Bodyspace.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

DJ Ride estreia Pixel Thrasher no Lux

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Ainda há pouco tempo sagrado campeão mundial de scratch na companhia de Stereossauro – o seu parceiro Beatbomber –, DJ Ride está a dias de estrear um projecto que promete transportar o público para uma experiência áudio-visual singular. Pixel Thrasher é o nome do espectáculo que funde música e vídeo, com Ride a manipular som e imagem ao vivo. Para cheirar no teaser ali em baixo, antes de testemunhar na discoteca Lux, a 16 deste mês, numa noite em que Ride terá a companhia de Droptop e Nery.
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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Cantigas de Amigos em CD, quarenta anos depois

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É hoje editado pela primeira vez em CD o mais raro e menos conhecido álbum de Amália Rodrigues. Cantigas de Amigos, lançado originalmente em 1971, junta viola e guitarra às vozes de Amália, Natália Correia e Ary dos Santos, em incursões pela poesia trovadoresca. Enquanto que as composições estiveram a cargo do Mestre Fontes Rocha (apenas o tema “Ermida de São Simeão” não é da autoria do guitarrista), as adaptações do Cancioneiro Medieval para português contemporâneo foram da responsabilidade de Natália Correia.
Mas o texto da contra-capa do álbum, escrito por Ary dos Santos, enquadra melhor tudo isto: «Era uma vez um livro muito bonito, que cheirava muito bem. Umas vezes a flores, outras vezes a urtigas. Mas a urtigas sadias. Tinha sido feito pela Natália Correia que o desenterrara de alfarrábios muito, muito velhos, com mãos de chama e de poeta. Escusado será, pois, dizer que o livro era de poemas. Eis senão quando, uma bela noite em casa da Amália, os tais poemas sairam das páginas e ganharam voz. Pareciam ervas dançando no meio da sala. O Fontes Rocha foi-os apanhando um a um e fez com eles um feixe de música. O Carlos, o Pedro e o Joel, ajudavam muito. E a Amália deu-lhes um nome como só ela sabe: Cantigas de Amigos. O resto? O resto foi apenas convívio e entendimento perfeitos. Às vezes, pela meia-noite, os poemas tinham fome e comiam sopa de coentros e arroz de bacalhau. O Rui e o João também apareceram e ficaram calados que nem ratos ao pé do Ribeiro, que é um mágico que sabe fazer música com luzes, enquanto este regia a orquestra. Depois, chegou a bruxa Maluda (que por sinal é bem bonita) a cavalo numa vassoura, com um pincel e uma tesoura. E zás, pôs-nos a todos na Idade Média. Parece uma história para meninos, é certo. Mas não é verdade que, no Natal, todos gostamos de nos sentirmos um pouco mais crianças? Ou anjos com caracóis de fios de ovos, como diz a Natália...»

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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Dez Trocadilhos Rejeitados Com a Lana Del Rey

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Na sexta-feira passada publicámos um top 10 parecido, mas escolhemos apenas os melhores trocadilhos, por isso esta semana quisemos esticar a corda e dar-vos acesso às cenas cortadas, ou seja, às piadas ordinárias que ficaram de fora do post original. Um passeio pelos bastidores, se quiserem. Os bons trocadilhos (disparatados e de muito mau gosto) são raros, logo devem ser aproveitados até à última gota. O mesmo se pode dizer da Lana del Rey, de resto. Não nos escondemos do falhanço: agora sim, aqui vão os piores dez.

1. Curtia ter a Lana a cantar “Video Games” em playback e a mexer-me no joystick como quem quer mesmo chegar ao fim do Sonic.
2. A Lana tem uma canção chamada “Lolita”. Se fizer um trocadilho porco arrisco-me a ser preso.
3. Gostava muito de ver a Lana del Rey no Conan O’ Brien, mas gostava ainda mais de ver o Conan O’Brien na Lana del Rey.
4. Nhanha nas blue jeans da Lana.
5. Lã Nadel Rey? Nunca ouvi, mas tosquiava-a na boinha.
6. Os lábios da Lana são como os peidos: só o dono é que gosta.
7. Os cubanos têm a Guantanamera, os americanos a Lanadámerda.
8. Dalai Lana, canzana zen que não engana
9. Se ouvires o disco da lanA deL reY ao contrário não ouves mensagens satânicas, mas ganhas um Anal del Rey.
10. No castelo de Carqueija a Lenha del Rey Ghob é a que mais aleija.

TEXTO POR PESSOAL DO PIORIO
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Contributo para o artigo colectivo publicado originalmente na Vice, mais concretamente aqui.

Abram alas para o cortejo fúnebre de Mark Lanegan

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Pois. Outro dos grandes (Mark Lanegan, de Screaming Trees, Queens Of The Stone Age, entre outras bandas de calibre) que lança álbum em nome próprio este ano. Desde Bubblegum (de 2004) que não o fazia, mas parece que a espera valeu a pena. O disco, que é editado na próxima segunda-feira, chama-se Blues Funeral e conta com participações ilustres: Greg Dulli (Afghan Whigs), Josh Homme (Kyuss; QOTSA) e Jack Irons – Red Hot Chili Peppers; Pearl Jam. Mas o mais importante é ouvir a música – já disponível em streaming no site da Mojo – e aproveitar para ver Mark Lanegan ao vivo entre nós no fim de Março: dia 30 no Hard Club do Porto e na noite seguinte pela sala TMN Ao Vivo, em Lisboa. É entrar no cortejo. Qualquer coveiro sabe que nascemos sem nada e partimos sem nada levar; a não ser sete palmos de terra.
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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Jim Jarmusch troca a câmara de filmar pela guitarra

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A relação de Jim Jarmusch com a música não é de agora (desde as bandas-sonoras marcantes à curadoria do All Tomorrow’s Parties nova-iorquino de 2010), mas será este ano que o realizador do sublime Down By Law colocará pela primeira vez a sua assinatura num disco. Concerning The Entrance Into Eternity junta o norte-americano (que assegura as guitarras) com o holandês Jozef Van Wissen, que se encarrega do alaúde. O disco, que tem edição oficial prevista para 28 de Fevereiro, apresenta como primeiro cartão-de-visita “The Sun OF The Natural World Is Pure Fire”, combinação de harmonias do alaúde com dissonâncias que saem das cordas de Jarmusch. Para ouvir de seguida.
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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.

O primeiro tiro do bacamarte de Jack White

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O senhor White Stripes, Raconteurs e Dead Weather está prestes a lançar o seu primeiro disco a solo. Dead Weather. Blunderbuss (“bacamarte”, em português) será o título da estreia, que deverá acontecer dia 23 de Abril, pela Third Man Records/XL Recordings. O primeiro avanço do álbum já foi disponibilizado. O single chama-se “Love Interruption” e pode ouvir-se aí em baixo.
 
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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.

Ideias antigas em disco novo

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Embora possa não parecer, esta segunda-feira (dia 30) são editados mais discos do que Born To Die. E um deles merece especial atenção, por celebrar os 40 anos de carreira de Leonard Cohen e ser o primeiro álbum de inéditos que o autor – músico, poeta, escritor – canadiano lança desde Dear Heather, de 2004.
Old Ideas, o 12º registo de estúdio da carreira de Leonard Cohen, que continua a cantar hinos de penitência (em que as questões existenciais muitas vezes se cruzam com os sentidos) como ninguém, foi disponibilizado na totalidade para streaming através do site da NPR. Já escutámos e confessamos: algumas ideias antigas valem bem mais do que certas fórmulas modernas.
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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.