sexta-feira, 20 de julho de 2012

Escrito à mão, cheio de pulmão e coração

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O novo disco dos Gaslight Anthem sai no início da próxima semana, mas já dá para ouvir Handwritten na íntegra (just google it) e ver um par de avanços videográficos para este trabalho dos rapazes de New Jersey, que parecem ter retomado a pulsão mais intensa dos primeiros álbuns. Se em Junho tinha saído o teledisco para o primeiro single, “45”, agora é a vez de a faixa que empresta o nome ao LP ter honrarias de juntar imagem ao som.
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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Ficar a ver navios

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Andam barcos (dos grandes e bonitos) na linha do horizonte. Lisboa é por estes dias a anfitriã das Tall Ship Races, ou Regata dos Grandes Veleiros, que têm passado por vários pontos da nossa costa a caminho do Rio Tejo. E este evento náutico conta com um cartaz musical, de entrada livre, entre amanhã (dia 19) e o próximo Sábado, 21, no Jardim do Tabaco – Santa Apolónia, sempre ao fim do dia.

Dia 19: Joana Lobo Anta / Johnwaynes
Dia 20: Terrakota / Primitive Reason / DJ Ride
Dia 21: Tiago Bettencourt / Frankie Chavez / M-Pex
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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Optimus Alive 2012 - 3º Dia

 Radiohead © Mauro Mota
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Nota prévia: o concerto de Radiohead apenas terá desapontado ou deixado insatisfeitos os incautos (ou lunáticos) que aguardavam por aquela música que já só é cantada por aspirantes a ídolos, seja em prime time televisivo ou no karaoke do bairro. A banda originária de Oxford (e principal culpada pela lotação do último dia do Optimus Alive’12 ter esgotado) há muito que está noutra e se desligou desse mega-hit, fazendo porém uma gestão ultra-equilibrada do alinhamento. Já se sabia que iriam basear boa parte da actuação nos trabalhos mais recentes (The King of Limbs, do ano passado; e In Rainbows) e assim foi durante boa parte das mais de duas horas, marcadas por um som limpo e potente, com os músicos projectados em gigantes mosaicos cheios de cor, a amplificar a faceta mais electrónica da banda liderada por um Thom Yorke de rabo-de-cavalo, camisa escura e casaco de cabedal. Se malhas como “Morning Mr. Magpie”, “Lotus Flower” ou “Reckoner” ganharam uma dimensão que muitos poderiam pensar não ser possível em clima de festival, outras houve que refrearam os ânimos durante determinados períodos. Como também era expectável, foram as músicas do período que consagrou os Radiohead como uma das bandas mais importantes e influentes na viragem de milénio as recebidas com maior entusiasmo pela maioria dos presentes no palco principal. “Pyramid Song”, “Exit Music (For a Film)”, “There There” (com a percussão omnipresente), “Paranoid Android”, com as guitarras a rasgar pano em várias direcções, “Everything in Its Right Place” – melhores refrões para o fritanço –, “Idioteque” (que continua a puxar-nos sem freio pelas pernas e braços) ou “Street Spirit (Fade Out)” foram saindo da cartola, muitas delas em modo encore e encheram as medidas a quem tinha esperado dez anos para voltar a ter o privilégio de ouvir ao vivo temas que já fazem parte da história contemporânea. Thom Yorke prometeu que os seus Radiohead não demorarão mais uma década a voltar, mas no fundo eles nunca se foram embora depois dos também memoráveis concertos que esgotaram os coliseus.
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Link para a reportagem integral (em parceria com o Paulo Cecílio) e fotogaleria do Mauro Mota, publicadas originalmente no Bodyspace.

Optimus Alive 2012 - 2º Dia

 Tricky © Mauro Mota
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Ouvi dizer que Tricky andou no meio do público a ver uns concertos. Horas depois haveria de subir ao Palco Heineken para proporcionar um dos momentos altos do Alive’12. Tinha ficado bastante desiludido ao saber que Martina Topley-Bird afinal não o acompanharia a Portugal, pelo que o concerto não seria integralmente dedicado ao incontornável Maxinquaye, mas ao fim de uma hora e um quarto bem intenso “frustração” era o último pensamento que me ocorria. Um sample de Nina Simone anunciava que o Tricky Kid estava bem disposto. O sorriso no rosto e a cerveja ao alto confirmavam-no. Já a fumaça que lhe saía da boca tratava de contaminar as batidas, narcóticas, pesadonas. De "Really Real" a “Where I’m From”, Tricky pode até transmitir alheamento ou abstracção, em danças que parecem lutas consigo próprio, mas sabe perfeitamente que um concerto é feito das trocas de energia entre o palco e o público. Quando toca o malhão incrível que é “Black Steel” (perdoem-me a heresia, mas esta versão supera o original de Public Enemy) podemos pensar que é cedo demais para lançar um trunfo destes… mas de seguida volta a jogar forte: puxa dum ás de espadas – outra versão, esta vez do clássico de Motörhead – e convoca o pessoal a partilhar o palco pela primeira vez. Se agora houve quem pulasse e fizesse headbanging ou partilhasse o micro com ele, no fim do concerto foi o próprio Tricky a pairar sobre as cabeças dos fãs. Entre estes dois momentos a coisa acalmou um pouco, com “Puppy Toy” ou “Past Mistake”. Depois houve ainda lugar a encore para aqueles que não foram procurar antídoto para tanto veneno.
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Link para a reportagem integral (em parceria com o Paulo Cecílio) e fotogaleria do Mauro Mota, publicadas originalmente no Bodyspace.

Optimus Alive 2012 - 1º Dia

 Refused © Mauro Mota
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O tempo começou soalheiro, típico de festival de Verão, com o sol a aquecer os corpos, mas por volta das 19:30 o céu começou a ganhar tons cinzentos, com as nuvens a anunciarem algo. Podia ser chuva, que chegou a tornar-se irritante durante boa parte da noite; podia ser também a actuação duma (renascida) banda sueca de hardcore que pratica um som pouco galhofeiro. Seria uma espécie de intermezzo num dia sem concertos especialmente vibrantes (salvo honrosas excepções) e em que as bandas vencedoras fazem a festa pela festa. Os Refused basearam o seu set no seminal (fica sempre bem dizer isto dum álbum que criou um mito) The Shape of Punk to Come, editado em 1998, ano de desmembramento da banda. Significa isto que a maioria dos presentes em Algés estava pela primeira vez a dar encontrões ao som de malhas tão subversivas como Liberation Frequency, New Noise ou Summer Holydays Vs. Punkroutine. A propósito desta última, em que se grita «Rather be forgotten than remembered for giving in», o vocalista Dennis Lyxzén (que partiu corações de machos e fêmeas) fala um pouco do (polémico) revival: recorda o tempo em que eram uma banda punk insignificante, tocando em casas okupadas e pequenos clubes, antes de apontar a ironia que os faz percorrer grandes festivais quatorze anos após a separação. Opção sell-out?! Eu não tenho nada contra, até agradeço a oportunidade de ficar com o pescoço todo dorido. Mas também encontro a ironia de que ele fala ao ver hipsters que desprezam o hardcore e qualquer ideologia revolucionária abanarem as ancas ao som de músicas tão extremas, tanto lírica como musicalmente. Como ouviria mais tarde, da boca dum tipo com aversão a fotografias, «eles eram uma banda de hardcore normal, depois lembraram-se de fazer um disco incrível que mistura HC com techno, free jazz e spoken word – e são a melhor banda do mundo!». Parte disto pode ser discutível, mas uma coisa é certa: os suecos deram o melhor concerto do dia inaugural desta edição do Alive. Pena o som ter estado um pouco baixo e terem actuado no palco principal e não no contexto mais acolhedor da Heineken. Os concertos de HC pedem uma maior proximidade entre as bandas e o público, certo?
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Link para a reportagem integral (em parceria com o Paulo Cecílio) e fotogaleria do Mauro Mota, publicadas originalmente no Bodyspace.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

E Espanha aqui tão perto

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Não há meio de a banda que melhor fundiu punk com ska e reggae desde os Clash vir a Portugal, não é verdade?! Mas, como se costuma dizer, se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha, que neste caso rima com Espanha. Os autores de clássicos absolutos como … And Out Come the Wolves ou Life Won´t Wait regressam ao país vizinho após dezasseis anos de ausência, para uma dose dupla de poesia e hinos das ruas. Os concertos estão marcados para os dias 30 e 31 de Julho, primeiro em Barcelona (Sant Jordi Club) e depois em Madrid, na Sala San Miguel.
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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Cinco dedos de conversa sobre Aquelas Três

A Feromona deixou de ser um power trio desde que João Gil se juntou a Bernardo Barata e aos manos Diego e Marco Armés, mas não perdeu a pujança. Como que para o comprovar, foi já sob o formato de quarteto que lançaram o EP Aquelas Três (composto por outras tantas canções aguerridas) há um par de semanas. Continuando numa de números, apanhámos Diego Armés para cinco dedos de conversa, onde se fala um pouco deste recente trabalho e da opção em editar desde já um EP em vez de seguir a via clássica na sucessão ao álbum Desoliúde.
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“1991” já tinha saído na mix-tape de tributo ao Ruptura Explosiva, numa versão acústica a solo. Era um tema que estava a pedir a energia e electricidade do rock?
Sim. O que tinha feito era um esqueleto, um esboço na guitarra clássica, com a melodia de voz, tudo um pouco à pressa para responder ao convite urgente do Tiago Cavaco (aka Tiago Gillul, aka Tiago Lacrau). Logo que experimentámos tocar a canção em banda, na sala de ensaios, percebemos que estávamos perante uma necessidade óbvia: fazer uma homenagem rock ao Patrick Swayze.

A letra desta música tem referências explícitas aos Nirvana e a outros ícones dos anos 90. Até que ponto as influências dessa época continuam a ser fundadoras para vocês, enquanto pessoas, músicos e banda?
Estamos a falar da nossa adolescência tenra, daquela época decisiva no gosto de cada um em que, mesmo sem se saber como ou porquê, se tomam partidos e se definem gostos. Para mim, os Nirvana (e outros) foram e são incontornáveis, do mesmo modo que para o Bernardo os Red Hot (e outros) são “a cena” daquela altura. O meu irmão, por razões óbvias, partilha comigo muitos dos gostos. O João Gil também tem uns gostos muito aproximados no que se refere a essa época. Penso que nas nossas ideias estas personagens, estas bandas e estes sons talvez tenham ficado cristalizados como “aquilo que é fixe”. Eram os nossos ídolos. Por mais que os mates, não te consegues livrar deles. Nem nós queríamos isso, que gostamos muito deles todos, mortos ou vivos.

“Sábado à Tarde” é daquelas malhas que ficam associadas a uma cena que nunca passa de moda: um sábado à tarde será sempre um sábado à tarde, com tudo o que lhe podemos associar, não é?
O sábado à tarde é o monumento temporal ao tédio. É aquele período curto mas lânguido que está depois de tudo o que havia para fazer por obrigação e antes de tudo o resto que vamos fazer porque gostamos mesmo, até às tantas da madrugada. É um impasse sem ralação de qualquer espécie. É estar à varanda a apanhar sol sem o menor sentimento de culpa. Ou então é arrumar a casa e ouvir música. A única coisa que não se pode fazer a um sábado à tarde é deturpar-lhe o espírito, dando-lhe seriedade ou sentido de obrigação. Diria que o sábado à tarde é aquele momento anarco-hippie da semana – e não importa a tua ideologia, filosofia ou religião: vais usufruir dele e deleitar-te, sejas tu conservador católico ou marxista-leninista.

“Ché Guevara Eunuco” acaba por ser, d´Aquelas Três, a música com toada mais lenta e menos radiosa: como que para acentuar que “quando é preciso erguer a voz alto e bom som / a garra perde para o torpor”?
Nunca pensei nisso. Ou, melhor: a relação entre letra e música é, para mim e no que escrevo, simbiótica. Ou seja, elas devem estar lá uma para a outra, em função uma da outra, puxando uma pela outra. Portanto, existe uma procura pela relação ideal, que não seja descompensada ou desequilibrada ou desajustada ou inadequada. Mas o que queria dizer é que não arrastámos a música para acentuar isto ou aquilo. Ela foi acontecendo assim até ficar neste ponto, que é o que considerámos ideal. Com força, mas também com contenção.

Já tinhas abordado esta questão, mas gostava de saber se o lançamento do EP surge mais como concretização duma oportunidade ou sinal dos tempos que a música atravessa, em termos da sua produção e consumo?
É um pouco de ambos, se bem que é mais da primeira: a oportunidade surgiu e não a desperdiçámos. Por outro lado, também sabemos que o consumo da música está cada vez mais distante da noção de “álbum”: o conjunto de canções foi preterido, agora prefere-se uma ou duas músicas de um disco e o resto deixa-se de lado para não gastar megas ao áipode. Então, se só precisam de duas ou três canções, aqui têm Aquelas Três. Daqui a uns meses haverá mais.
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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.

Duas semanas de música em Cascais

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O Cascais Music Festival, que tem a sua edição de estreia este ano, começa logo no início da próxima semana e prossegue até ao dia 29 deste mês, sempre no Hipódromo Manuel Possolo. Com um concerto por dia – à excepção do dia 23, em que há dose dupla –, o cartaz tem nomes para diversos gostos musicais, com destaques para Erykah Badu, Manu Chao, Morrissey e Antony and the Johnsons:

Dia 16: Keane
Dia 17: Scissor Sisters
Dia 18: Melody Gardot
Dia 19: Erykah Badu
Dia 20: Carlos do Carmo
Dia 22: Manu Chao
Dia 23: Donavon Frankenreiter & Xavier Rudd
Dia 24: Morrissey
Dia 25: Antony and the Johnsons
Dia 27: Pink Martini
Dia 29: Mariza
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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.

Equações de sorte e azar

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A próxima sexta-feira treze poderá não ser uma noite de azar. Pelo menos para quem gostar de concertos à borla e quiser ver os Equations a tocar umas quantas malhas tão fodidas que até já foram alcunhadas de post-nintendo-core. O quinteto, que este ano editou Frozen Caravels, desloca-se até à Ericeira para tocar nas Quik Sessions da Boardriders. Para não variar, a sessão começa pelas 22 horas.
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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

O que você vai fazer no Sábado à Tarde?

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Como já divulgámos por aqui, a Feromona lançou um EP intitulado Aquelas Três na semana passada. Se passarem pelo bandcamp ou pela soundcloud da banda, poderão ouvir o triângulo amoroso composto por "1991", "Ché Guevara Eunuco" e "Sábado à Tarde". Esta última música agora também pode ser vista, aí em baixo, num videoclip cheio de pinta gravado no Bacalhoeiro e que contou com a participação de malta amiga.
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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.

Sumol Summer Fest - fotogaleria

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Legendagem das fotos do Sumol Summer Fest publicadas na fotogaleria da Surf Portugal.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

A Shhpuma dos dias em Coimbra

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O Ciclo de Estudos de Jazz e Música Improvisada e o Double Bill - Ciclo de Música, unem esforços para apresentar em Coimbra as duas primeiras edições da Shhpuma, editora subsidiária da já bastante reputada Clean Feed. O cartaz é, assim, composto por dois concertos num par de noites consecutivas: Filipe Felizardo, autor de Guitar Soli for the Moa and the Frog, toca no Centro Cultural Dom Dinis, no dia 5 deste mês, pelas 22 horas; e a noite seguinte estará a cargo do trio Pão – formado por Pedro Sousa, Travassos e Tiago Sousa –, que apresentará o seu disco homónimo de estreia no Museu Nacional Machado de Castro, também pelas 22 horas.
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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Sumol Summer Fest: report gonzo de um festival de Verão

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“Beach days and reggae nights.” Foto: Luís Firmo
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A Ericeira, com a sua forte ligação à praia e ao surf, é um cenário de eleição para um festival como o Sumol Summer Fest, que já vai na quarta edição de vibrações reggae, folk, pop e electrónica. Esta foi a primeira vez que se realizou após a consagração da Reserva Mundial de Surf, mas não se notaram grandes diferenças por causa disso. E até parte substancial da Praia da Empa (onde começa a dita Reserva) esteve transformada em parque de estacionamento.
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Publicado no site da Surf Portugal, mais concretamente aqui.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Tudo a postos para o FMM

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Já por aqui temos vindo a dar nota dos nomes que em Julho (primeiro entre os dias 19 e 21; depois entre 25 e 28) transformarão Sines na capital portuguesa das músicas do mundo. Será uma totalidade de trinta e seis concertos com músicos dos cinco continentes e muitos mais estilos musicais, entre o Castelo e a praia, juntando consagrados como Hugh Masekela, Dead Combo, Béla Fleck, Tony Allen e Marc Ribot, a novos nomes como Fatoumata Diawara, Bombino e Gurrumul. O cartaz integral pode ser consultado aqui. Entre algumas novidades, relativamente à edição de 2011, destaque-se uma sempre bem-vinda quando os euros não abundam nas carteiras: a noite inaugural do segundo fim de semana – 4ª-feira, 25 de julho – terá um formato especial, com dois concertos (um no Castelo e outro junto à praia), ambos de entrada livre.
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Publicado originalmente no Bodyspace, mais concretamente aqui.