segunda-feira, 16 de julho de 2012

Optimus Alive 2012 - 3º Dia

 Radiohead © Mauro Mota
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Nota prévia: o concerto de Radiohead apenas terá desapontado ou deixado insatisfeitos os incautos (ou lunáticos) que aguardavam por aquela música que já só é cantada por aspirantes a ídolos, seja em prime time televisivo ou no karaoke do bairro. A banda originária de Oxford (e principal culpada pela lotação do último dia do Optimus Alive’12 ter esgotado) há muito que está noutra e se desligou desse mega-hit, fazendo porém uma gestão ultra-equilibrada do alinhamento. Já se sabia que iriam basear boa parte da actuação nos trabalhos mais recentes (The King of Limbs, do ano passado; e In Rainbows) e assim foi durante boa parte das mais de duas horas, marcadas por um som limpo e potente, com os músicos projectados em gigantes mosaicos cheios de cor, a amplificar a faceta mais electrónica da banda liderada por um Thom Yorke de rabo-de-cavalo, camisa escura e casaco de cabedal. Se malhas como “Morning Mr. Magpie”, “Lotus Flower” ou “Reckoner” ganharam uma dimensão que muitos poderiam pensar não ser possível em clima de festival, outras houve que refrearam os ânimos durante determinados períodos. Como também era expectável, foram as músicas do período que consagrou os Radiohead como uma das bandas mais importantes e influentes na viragem de milénio as recebidas com maior entusiasmo pela maioria dos presentes no palco principal. “Pyramid Song”, “Exit Music (For a Film)”, “There There” (com a percussão omnipresente), “Paranoid Android”, com as guitarras a rasgar pano em várias direcções, “Everything in Its Right Place” – melhores refrões para o fritanço –, “Idioteque” (que continua a puxar-nos sem freio pelas pernas e braços) ou “Street Spirit (Fade Out)” foram saindo da cartola, muitas delas em modo encore e encheram as medidas a quem tinha esperado dez anos para voltar a ter o privilégio de ouvir ao vivo temas que já fazem parte da história contemporânea. Thom Yorke prometeu que os seus Radiohead não demorarão mais uma década a voltar, mas no fundo eles nunca se foram embora depois dos também memoráveis concertos que esgotaram os coliseus.
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Link para a reportagem integral (em parceria com o Paulo Cecílio) e fotogaleria do Mauro Mota, publicadas originalmente no Bodyspace.

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