segunda-feira, 16 de julho de 2012

Optimus Alive 2012 - 2º Dia

 Tricky © Mauro Mota
.
Ouvi dizer que Tricky andou no meio do público a ver uns concertos. Horas depois haveria de subir ao Palco Heineken para proporcionar um dos momentos altos do Alive’12. Tinha ficado bastante desiludido ao saber que Martina Topley-Bird afinal não o acompanharia a Portugal, pelo que o concerto não seria integralmente dedicado ao incontornável Maxinquaye, mas ao fim de uma hora e um quarto bem intenso “frustração” era o último pensamento que me ocorria. Um sample de Nina Simone anunciava que o Tricky Kid estava bem disposto. O sorriso no rosto e a cerveja ao alto confirmavam-no. Já a fumaça que lhe saía da boca tratava de contaminar as batidas, narcóticas, pesadonas. De "Really Real" a “Where I’m From”, Tricky pode até transmitir alheamento ou abstracção, em danças que parecem lutas consigo próprio, mas sabe perfeitamente que um concerto é feito das trocas de energia entre o palco e o público. Quando toca o malhão incrível que é “Black Steel” (perdoem-me a heresia, mas esta versão supera o original de Public Enemy) podemos pensar que é cedo demais para lançar um trunfo destes… mas de seguida volta a jogar forte: puxa dum ás de espadas – outra versão, esta vez do clássico de Motörhead – e convoca o pessoal a partilhar o palco pela primeira vez. Se agora houve quem pulasse e fizesse headbanging ou partilhasse o micro com ele, no fim do concerto foi o próprio Tricky a pairar sobre as cabeças dos fãs. Entre estes dois momentos a coisa acalmou um pouco, com “Puppy Toy” ou “Past Mistake”. Depois houve ainda lugar a encore para aqueles que não foram procurar antídoto para tanto veneno.
.
Link para a reportagem integral (em parceria com o Paulo Cecílio) e fotogaleria do Mauro Mota, publicadas originalmente no Bodyspace.

Sem comentários:

Enviar um comentário