domingo, 13 de novembro de 2011

Ao Vivo: Buraka Som Sistema @ Coliseu

© Mauro Mota
À hora a que lerem este texto já passaram 11 minutos e 11 segundos das 11 horas desta sexta-feira de Novembro (dia 11/11/11). Dizem que o palíndromo de 12 dígitos é perfeito para grandes decisões (os Black Sabbath, por exemplo marcaram uma conferência de imprensa para hoje, prometendo um “anúncio especial”, que parece rimar com regresso oficial…); quem não ligar puto a numerologia sempre pode fixar o momento: parece que outra sequência semelhante só daqui a cem anos. Mas na véspera, em Lisboa, a palavra de ordem foi celebração e não decisão. O novo álbum dos Buraka Som Sistema é como uma Caixa de Pandora versão festa, e quando se abre liberta ritmos e danças de forma contagiante, como um vírus. Milhares de enfermos preencheram o Coliseu, uma massa humana heterogénea, unida pela vontade de partilhar momentos na companhia de uma banda portuguesa que não se preocupa com rótulos nem fronteiras. A entrada em cena dá o mote para um espectáculo montado ao pormenor, mas sem perda de espontaneidade. Eficácia meets inspiração e muita transpiração. Nos ecrãs laterais a vida surge presa por um fio, uma pulsação apenas nos separa da morte; mas, à medida que o ritmo aumenta, o brilho afasta a escuridão e o calor faz esquecer o frio invernal, fazendo os corpos despertar da letargia. Grande intro para um single-bomba de Komba: “Hangover (BaBaBa)”, pois, com Blaya – de shorts justos e capa vermelha, como uma provocante Super-Mulher –, Kalaf e Conductor a juntarem-se a Fred, Riot (bateria siamesa tipo Buraka) e J-Wow. Podem começar os tumultos no movimento Occupy Coliseu, com lugar a derivações dubstep. Estamos no Coliseu dos Recreios, mas podíamos estar num clube enorme ou num festival a céu aberto, que não há colete-de-forças para conter a energia espalhada pelo palco e pela plateia.
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Link para o report integral, publicado originalmente no Bodyspace.

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