quinta-feira, 30 de junho de 2011

Entrevista: PAUS

Os PAUS encerraram na última Quinta-Feira o ciclo de concertos “Só Desta Vez”, em que partilharam o palco com vários special guests que os ajudaram a criar um trio de noites irrepetíveis. Minutos após a derradeira vez, falámos com Hélio Morais e Joaquim Albergaria no estacionamento do Lux. Encostados à carrinha da banda e com vista para o Tejo, reviu-se o presente e projectou-se o futuro próximo da banda.

Foi o último “Só Desta Vez”. Chegados ao fim deste ciclo o que sentem? Fica um certo vazio? 
Hélio Morais: Acho que é sentires que te propuseste a um projecto e o conseguiste realizar e te divertiste a realizá-lo e divertiste as pessoas também. Mas, sim, há bocado estava a olhar para as t-shirts e estava a pensar «é a ultima vez que vai haver t-shirts destas».

É uma sensação de realização…
Joaquim Albergaria: Sim, misturado com um certo alívio, porque este projecto obrigava-te a quase refazeres a banda a cada data. De repente metes um músico novo e tens que refazer as músicas todas.


Hoje tocaram com o Chris Common e os Tocándar. Como é que foi tocar com um baterista que é uma referência para vocês e que, 30 minutos depois do concerto terminar, continuava a transpirar?
Hélio Morais: Eu fartei-me de ouvir discos de These Arms Are Snakes, portanto até é esquisito; parece que já adivinhava quais eram os breaks que ele ia fazer a seguir. Tem uma pitada de estranheza mas depois habituas-te, deixa de ser o gajo que tu ouvias e passa a ser o amigo que está no estúdio contigo.

Joaquim Albergaria: a melhor comparação para tocar com o Chris é seres o único branco no chuveiro depois dum treino de basket da NBA. Tipo: vou fazer outra coisa… se calhar, roadie, roadie dele!

Em relação aos Tocándar, como é que vos surgiu a ideia de tocar com um projecto de percussão tradicional portuguesa e como chegaram ao contacto com eles?
Hélio Morais: No “Só Desta Vez” quisemos abordar em cada uma das sessões as três vertentes mais fortes de PAUS. Primeiro as guitarras, a vertente mais rock e também a harpa. Depois, na segunda, a parte mais electrónica com os djs; e a terceira teria que ser necessariamente pecussão. O Chris, curiosamente, acabou por ser decidido depois dos Tocándar. Na altura fizemos uma pesquisa de grupos como os Tocándar, e eu julgo que foi o Tiago Pereira (cineasta) que os sugeriu ao Quim.

Este projecto “Só Desta Vez” terminou, em termos de concertos. Os momentos irrepetíveis vão-se perpetuar de alguma forma?
Joaquim Albergaria: Os três concertos e todos os ensaios para os concertos estão gravados em vídeo, e os concertos estão gravados em áudio. Está na calha a edição dum documentário e há ideia de lançarmos isto em disco também. Vamos ouvir com calma o que fizemos, se está bom ou mau, e ver o que conseguimos fazer com aquilo. Mas é para imortalizar, para ter ali um Polaroid para nos lembramos disto.



O ciclo “Só Desta Vez” resultou muito bem. Ficaram com vontade de, no futuro, voltarem a fazer uma nova experiência do género?
Hélio Morais: Quando corre bem ficas sempre com vontade, mas se calhar faz mais sentido fechar aqui o ciclo. Agora é PAUS. Terminar a gravação do álbum…

Joaquim Albergaria: Temos um espectáculo de teatro no CCB com o André Teodósio, que vai começar no dia 29 de Março.

Existe data prevista para o lançamento do álbum?
Hélio e Quim: Depois do Verão.

Publicado originalmente no Bodyspace, mais precisamente aqui.

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