terça-feira, 12 de julho de 2011

Salvar as Ondas

Na Ericeira, os protagonistas do ciclo de conferências “Salvar Ondas e Orlas Costeiras - Exemplos da Califórnia”, organizado pela S.O.S. - Salvem o Surf, partilharam ideias importantes para a comunidade de “corredores de ondas”.

“A candidatura da Ericeira a Reserva Mundial de Surf foi a melhor que já vi.” - Mark Massara

Foto de Mauro Mota

As palavras do surfista e advogado norte-americano (com décadas de intervenção ambiental, na barra dos tribunais e ao nível associativo) abrem boas perspectivas para o futuro dum dos palcos de eleição para os bodyboarders nacionais, já que um dos critérios de aprovação das candidaturas a Reserva Mundial de Surf é a singularidade das características ambientais da área em análise. E, uma vez que o estatuto de Reserva pode ser retirado às zonas que deixem de cumprir os requisitos, a preservação costeira terá de ser uma linha orientadora para os responsáveis políticos.

Por outro lado, o Vereador da Câmara Municipal de Mafra, Eng. Hélder Silva, após apresentar esta candidatura - que vai da Praia da Empa a São Lourenço (onde muitos dos leitores da Vert surfam, entre outras ondas, Pedra Branca, Reef, Ribeira de Ilhas, Cave, Crazy Left, Coxos e São Lourenço), garantiu que não haverá mais construções na encosta norte de Ribeira d'Ilhas e na área envolvente à Praia da Empa.

João Macedo, surfista e membro do programa de Reservas Mundiais de Surf (World Surfing Reserves - WSR) disse que estas serão um factor importante nas decisões que possam afectar a costa. “O WSR, à semelhança do que a UNESCO faz ao classificar determinados locais como Património Mundial, pretende demonstrar às comunidades o valor de certas ondas e respectivas orlas costeiras, de forma a que as mesmas sejam preservadas”.

O Presidente da S.O.S., Pedro Bicudo, demonstrou os custos de cada onda perdida e da degradação do litoral: “Quando há construções na costa, esta perde qualidades naturais. Mesmo quando há um empreendimento que pode trazer milhões de euros ao país, devemos pensar que, do ponto de vista turístico, a especificidade de Portugal é o Oceano. Podemos perder muitos dos doze milhões de turistas que recebemos por ano, se poluirmos a costa ou a enchermos de hotéis ou casas.”
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Publicado originalmente na Vert, mais precisamente aqui.

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