quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

10 discos ao vivo que pagaríamos para ter lá estado

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Johnny Cash - At Folsom Prison
1968 / Columbia

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Eis o enquadramento perfeito para um concerto de Cash, um espaço em que a sua música ganha uma ressonância épica. Se ele interpretava como ninguém canções de erros e redenção, esta plateia identifica-se totalmente com as suas histórias de crime e castigo. E o próprio Johnny Cash, que teve um belo quinhão de problemas com a Justiça, age como se fosse um dos residentes. Basta ouvir At Folsom Prison para perceber como os condenados reagem a cada um dos temas, indo ao rubro em vários momentos (“Folsom Prison Blues”, “25 Minutes To Go”, “Cocaine Blues”, “Dark As A Dungeon” e “I Got Stripes” são bons exemplos) ou soltando gargalhadas nas piadas que The Man In Black lança ocasionalmente. Cash haveria de repetir a experiência em San Quentin - um ano depois, noutra actuação arrebatadora - e numa prisão sueca, mas este álbum terá ajudado como nenhum outro a construir o mito em seu redor. Para os presidiários, tê-lo a cantar ali, só para eles, deve ter representado um invulgar momento de libertação. Eu teria pago para estar entre os muros daquela prisão de alta segurança, sim, mas apenas durante os minutos que dura o concerto.
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Link para o artigo colectivo integral, publicado originalmente no Bodyspace.

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