sábado, 17 de setembro de 2011

O Circuito Regressa a Casa

 Foto de Mauro Mota
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Vinte anos depois, o Circuito Nacional de Bodyboard Open está de regresso à Ericeira. No primeiro dia da etapa que se realiza na Praia da Empa, entre os picos de Pedra Branca, Backdoor e Reef, falámos com dois competidores (Tiago Silva, o campeão em título, e João Guedes, atleta local) e com Paulo Costa, atual Presidente da Associação Portuguesa de Bodyboard (APB). O ponto de partida para a conversa foi esta espécie de regresso a casa do filho pródigo – relembre-se que o primeiro campeonato nacional teve lugar em Ribeira d’Ilhas –, mas também se manifestaram opiniões sobre o circuito que agora arranca e objetivos pessoais para a presente temporada competitiva.

Paulo Costa atribui grande significado ao regresso do Circuito Nacional a uma terra que, na sua opinião, faz parte do imaginário do nosso desporto. Para o Presidente da APB, «A Ericeira é a nossa pérola, provavelmente o trecho de costa nacional que reúne a maior qualidade de ondas num curto espaço de território, grande parte delas com ótimas caraterísticas para o bodyboard». Por isso, considera que deve haver sempre uma etapa na Ericeira.
Tiago “Moita” Silva, campeão nacional open em título, lembra, sorrindo, que na última vez em que se realizou uma etapa do nacional na Ericeira ainda nem fazia bodyboard. E acrescenta que é bom o circuito passar por aqui devido ao potencial das ondas, «o que é sempre bom para divulgarmos o nosso desporto junto do público que não está tão ligado à praia e aos desportos de ondas». O atleta da Póvoa de Varzim assume a candidatura à revalidação do título, afirmando-se preparado para o papel de “alvo a abater”, e mostra entusiasmo com a rota traçada para as outras três etapas – Cabedelo, na Figueira da Foz, Santa Catarina (Ilha Terceira, Açores) e Carcavelos. Entre risos, confidencia que a única prova que lhe merece algumas reservas é a que se irá desenrolar na “Catarina Assassina”. Não pela qualidade inquestionável desta onda, apenas por uma experiência pessoal menos bem sucedida: «Estive lá durante uma semana no Carnaval, há dois anos atrás, e não houve ondas nenhumas».
João Guedes, habituado a surfar e competir nas ondas da Ericeira, ainda não sabe se marcará presença na etapa açoriana – tal dependerá de questões financeiras e de como forem correndo os campeonatos até lá –, mas este ano (em parte impulsionado por ter uma etapa em casa, e logo num dos seus picos favoritos) vai voltar a correr o circuito, cujos locais escolhidos para as etapas dão garantias de boas ondas, na sua perspetiva.
De acordo com Paulo Costa, foi precisamente essa a intenção que conduziu aos destinos das quatro etapas deste circuito: «Ondas que proporcionem espetáculo. Ainda não temos período de espera – embora tal seja um objetivo para o futuro –, por isso temos que jogar com a sorte, mas escolhemos os sítios e as datas em que é mais provável apanharmos boas ondas».
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Publicado originalmente na Vert, mais precisamente aqui.

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